Cervejas do tipo IPA – India Pale Ale, ou Cerveja Clara da Índia – foram inventadas no século XVIII para serem servidas especialmente aos oficiais do exército britânico que serviam na Índia durante o período em que esse país foi colônia da Coroa britânica.
Como lá o calor era insuportável e havia escassez de água potável, a cerveja precisava vir da Inglaterra, e para que não estragasse durante a longa viagem, um cervejeiro chamado George Hodgson resolveu aumentar a quantidade de lúpulo da bebida. A erva, que possui atividade antibiótica, preservava mais a cerveja, mas isso também fez com que ela obtivesse um sabor mais frutado, além de elevar seu teor alcoólico.
Assim surgiu um dos estilos mais populares de cerveja, que perdura até hoje. Mas você sabia que o lúpulo era usado para diversas finalidades medicinais muito antes de servir como ingrediente de cervejas? E que ele pode causar nos homens que o consomem em excesso os pavorosos “seios masculinos”?
Lúpulo! É muito polêmico!
Pouca gente sabe, mas antigamente, entre diversos outros usos, o lúpulo também costumava ser usado como remédio para insônia e menopausa. Isso acontecia devido aos seus altos níveis de fitoestrógeno, substância de origem vegetal semelhante ao estrogênio – hormônio responsável pelo desenvolvimento das características femininas, como aumento dos quadris e das mamas, por exemplo.
Infelizmente, o acúmulo desse fitoestrógeno no organismo de um homem também pode fazer com que as glândulas mamárias se desenvolvam mais do que o normal, causando os tais “seios masculinos”. E o pior é que não é só nisso que o lúpulo pode prejudicar os homens, uma vez que ele também era usado por monges europeus na Idade Média para suprimir o desejo sexual.
A longa exposição ao fitoestrógeno é comprovadamente uma das causas da dificuldade de se manter uma ereção e da perda da libido entre consumidores frequentes de cerveja. Essa é uma das razões para o consumo liberado da bebida por quem abraçava o sacerdócio na Europa medieval. Isso fez com que inúmeros tipos de cervejas surgissem em mosteiros na época, e muitas dessas variedades sobrevivem até hoje, então é bom ter cuidado com a quantidade de lúpulo que você costuma ingerir.