Os Filmes da Pixar são fantásticos por conseguirem cativar desde crianças até adultos, com histórias emocionantes, repletas de aventuras e que sempre trazem mensagens importantes – além de as animações, é claro, serem extremamente bem produzidas e com um design impecável.Contudo, hoje não vamos falar dos aspectos técnicos dos filmes da Pixar, que já são dignos de elogio, porém de algo um tanto inusitado: o fato de todos eles pertencerem ao mesmo universo.
Por mais estranho que isso possa soar, e até mesmo um tanto viajado, existem alguns fatos que comprovam essa teoria. Então deixe a imaginação rolar para hipóteses malucas e acompanhar esse nosso raciocínio improvável. Inclusive, existe até um livro falando sobre essas suposições, batizado de The Pixar Theory. Vale lembrar, é claro, que vamos falar sobre animações importantes da Pixar nesse artigo. Portanto, se você não assistiu todas as obras do estúdio, é melhor não ler o texto, já que ele contém vários spoilers.
A Teoria da Pixar (elaborada por Jon Negroni) abrange as seguintes produções: Vida de Inseto, Toy Story 2, Monstros S.A., Procurando Nemo, Os Incríveis, Carros, Ratatouille, Wall-E, Up – Altas Aventuras, Toy Story 3, Carros 2, Valente e Universidade dos Monstros. O objetivo da teoria é se divertir e exercitar a imaginação para encontrar conexões interessantes e improváveis entre esses filmes fantásticos. Não estamos falando de nada oficial ou confirmado pela Pixar aqui – são só hipóteses.
O começo de toda essa bagunça
Seguindo a linha cronológica da Teoria da Pixar, tudo têm início em Valente, quando Merida conhece a bruxa que possui o poder de enfeitiçar animais e permitir que eles falem com pessoas. Os bichos ganham personalidades distintas e adquirem um comportamento mais humano. Essa feiticeira também consegue dar vida a vários objetos inanimados (como vassouras e baldes), o que faz com que eles se movam livremente. Vale relembrar que essa personagem some através de portas para outras dimensões e jamais aparece de novo...
Anos depois, os brinquedos de Andy Davis ganham vida em Toy Story – eles são resquícios da magia da bruxa de Valente, estão evoluindo e disseminando os poderes dados pela feiticeira. Esse é um poder que está se alastrando pelo mundo e contaminando todas as coisas que são propensas a ganhar algum tipo de vida e os mais variados bichos. Os animais de Procurando Nemo e Ratatouille são exemplos da herança mágica da bruxa de Valente.
Um pouco antes desses acontecimentos, em Os Incríveis, o vilão frustrado Buddy constrói uma supermáquina para batalhar com os super-heróis (a origem dos poderes especiais deles não é explicada na Teoria da Pixar, então presumimos que eles sejam simplesmente pessoas aleatórias com superpoderes e pronto). Esse é um ponto bastante importante no universo da Pixar, já que Buddy foi capaz de criar máquinas inteligentes, que pensam e planejam ações.
A destruição do nosso mundo
Em Up – Altas Aventuras, somos apresentados à corporação BNL, que está destruindo os arredores da casa do velho Carl para expandir a cidade. Por isso, e devido às outras razões que são explicadas no filme, Carl decide abandonar o local e seguir um sonho antigo, voando em um sobrado carregado por centenas de balões. Mas voltemos à BNL, que insiste em poluir o mundo, desmatá-lo e envenená-lo em nome do progresso.
Existem sinais de que a BNL é a mesma empresa que aparece em Up, Toy Story e Wall-E. Eventualmente, o planeta Terra tornou-se inabitável graças à poluição, fazendo com que a vida se extinguisse aos poucos. A única saída para a sobrevivência da raça humana foi deixar à Terra e ir direção ao espaço, em busca de um novo lar. As máquinas foram as responsáveis por ajudar os seres humanos nesse processo, o que culminou no enredo de Wall-E.
Enquanto os seres humanos ficaram no espaço, o nosso mundo foi tomado pelas máquinas e pelos objetos inanimados que sobreviveram às condições do planeta. E é nesse cenário que se passam os filmes Carros e Carros 2, quando não existem mais pessoas na Terra e tudo é dominado por máquinas que possuem personalidades e vontades próprias. Depois de muitos anos, até mesmo os objetos vivos deixaram de existir, restando somente robôs como o solitário Wall-E.
O retorno à Terra
Em Wall-E, os seres humanos voltam à Terra depois de séculos de ausência total. Graças ao novo pensamento de preservação e de proteção ao meio ambiente, as pessoas que restaram começam trabalham para tornar o planeta um lugar novamente habitável. No fim de Wall-E, vemos pessoas plantando árvores que são bem semelhantes às árvores que vemos em Vida de Inseto – inclusive, a árvore-casa das formigas é idêntica à árvore dos créditos de Wall-E.
No enredo de Vida de Inseto, existem bem poucos humanos (os remanescentes que voltaram do espaço), já que as formigas sempre falam que existem perigos muito maiores do que as próprias pessoas – apesar de existir um menino perigoso no filme. Mas centenas de anos após os humanos voltarem à Terra e tentarem restaurar a natureza à condição original de anos atrás, as radiações e as poluições liberadas pela BNL se mostraram fortes demais – insistindo em contaminar tudo.
Desse modo, os animais evoluíram novamente e se transformaram em monstros, eventualmente acabando com todos os seres humanos para sempre. E é assim que somos apresentados aos Monstros S.A., em um mundo no extremo futuro da nossa imaginação e de todas as hipóteses, quando esses seres são os remanescentes da vida na Terra.
E, convenhamos, os personagens da Universidade dos Monstros e de Monstros S.A. podem ser frutos de radiação com suas formas e cores bizarras. Inclusive, muitas das instituições presentes nesses dois filmes se assemelham às organizações de humanos, como universidades e empresas. Os monstros tentaram se proteger ao falar que as pessoas provêm de outras dimensões, quando na realidade elas são somente o passado deles. Além disso, os monstros precisavam se preservar, por isso acreditavam que os humanos eram tóxicos.
Desse modo, monstros e máquinas passaram a conviver amigavelmente. Contudo, em determinado momento, eles perceberam que os humanos eram a fonte de tudo, da energia e de tudo aquilo que eles eram. Por isso, as máquinas construíram portas para o passado, para levar os monstros séculos atrás para que eles captassem o máximo de energia que pudessem com os sustos e, posteriormente, os risos das crianças. E é assim que conhecemos Boo e Sully, personagens centrais em toda essa bagunça surreal que é a Teoria da Pixar.
A maior de todas as histórias
O vínculo de Boo e Sully é o ponto mais importante de toda essa maluquice de só um universo da Pixar. Depois que eles são separados, o autor da Teoria da Pixar sugere que Boo tornou-se obcecada com o mundo dos monstros, de como nesse futuro existiam criaturas falantes fantásticas e como a realidade dela é um tanto sem graça. Sem saber explicar como, Jon Negroni diz que Boo encontrou um meio de utilizar as portas criadas pelas máquinas de Monstros S.A. para viajar no tempo, ir para diferentes épocas e tentar reencontrar Sully.
Com esse poder de viajar entre o passado e o futuro por portas, Boo ficou conhecida como bruxa. E é a própria Boo, de acordo com a Teoria da Pixar, que é a feiticeira idosa de Valente. Ela envelheceu e viaja de história em história atrás de Sully, deixando rastros de seus passos por todos os cantos. Existem referências de vários filmes da Pixar em muitos de seus filmes – personagens, imagens, detalhes que às vezes passam despercebidos por nós, porém que já dão dicas de que aquele é o mesmo universo.
Por exemplo, na própria casa da versão bruxa de Boo em Valente, vemos um desenho bastante semelhante ao Sully desenhado em um canto, além de um carro do Pizza Planet (de Toy Story) sendo esculpido. São pequenas referências que estão presentes em vários filmes do estúdio e que permitem que ideias malucas como a Teoria da Pixar possam ser imaginadas. O mais interessante é que o que une todos esses filmes, segundo o autor, é a amizade de Boo e de Sully, criaturas totalmente diferentes.
É claro que com o constante lançamento de novos filmes pela Pixar, como Divertida Mente e O Bom Dinossauro (no fim desse ano), os entusiastas da Teoria da Pixar devem atualizar as suas hipóteses se quiserem sustentar a linha cronológica de que todas essas histórias se passam no mesmo universo – um único enredo gigantesco. E você, quais são as suas opiniões sobre a Teoria da Pixar? Você realmente acha possível que todos os filmes do estúdio estejam conectados através de pistas e de referências ou essa salada de histórias não faz nenhum sentido?